30 abril 2009

Dias para aliviar a carência familiar

É hoje. As malas já estão prontas para mais uma viagem. Há três anos que fazer malas na maioria dos fins de semana virou rotina. Está bem que são viagens rápidas. Sempre na rota: São Borja, Itaqui, Santo Ângelo. Raramente se desvia desse trajeto.

Dessa vez o destino é Santo Ângelo. A missioneira. Onde se encontra a catedral mais bela que conheço. E localizada numa praça igualmente rústica, do porte que merece.
Trata-se, na visão do que vos fala o principal ponto turístico da cidade. Encantadora.

Lá, a família materna me espera. Minha irmã me espera. Todos de braços abertos para trocarmos abraços carinhosos e seguros. Mataremos a saudade. E além dos reencontros, para aperfeiçoar ainda mais a passeio, dois shows musicais me esperam. Apresentações que há tanto aguardava: O Rappa e Zé Ramalho. Uma das bandas nacionais de maior qualidade rítmica desde o começo dos anos 90 e a voz mais potente da MPB. Espero contar os detalhes.

A fase: bom... Ou ruim. A fase é de desligamento e de ostracismo intelectual.

19 abril 2009

Uma vida se extingue e outra nasce

Em meio à recuperação de uma perda familiar aparece uma criança em nosso convívio. A sua chegada, de hora tão oportuna, soa como se fosse milagre; coisa dos anjos. Gentil é o nome da fera. Não poderia ser mais sugestivo. Esse anjo caiu na terra de forma divina, como uma sinfonia de Beethoven.

Quem sabe trata-se de um prodígio, com um talento incomum e mágico. Veremos. O simples fato de ser da família e o agente principal da continuação do sobrenome, já o tornam especial. Sem dúvida sua aparição foi para nos entreter num momento difícil. Arrancar de nós muitas risadas com suas traquinagens, tão habitual das crianças.

É um moreninho sapeca, arteiro, com um olhar e um sorriso hipnotizante. Sua presença é calmante. Exalta em nós um sentimento de prazer pela vida. A propósito: se existir, o que acho muito difícil, alguma coisa mais inocente do que o sorriso de uma criança; apresentem-me.

Sempre pensei que ter um filho... Gerar um ser – humano... É o sentido da vida. Tenho isso como um preceito indubitável. Só de imaginar que ensinarás e passarás todo teu conhecimento e experiência a outrem torna o desafio tentador. Porém, a procriação deve ser bem pensada e planejada. Até porque ter filho é caro. O ideal é que se tenha uma situação financeira estável. Mas isso não chega a ser um entrave, dado o encanto que a criação oferece. Tudo se ajeita.

Enfim, Gentil é ele! Comemoramos diariamente a sua vinda e acompanhamos atentos sua evolução.



Gentil Martins Oliveira. O mais novo primo

05 abril 2009

Luto! Uma perda e tanto

A morte. Um dia ela chega. Essa é a única certeza que temos na vida. Torcemos para que ela demore em dar as caras. Que ela apareça quando estamos velhinhos, sem forças e já exaustos. Desejamos que seja indolor e natural. Na tranqüilidade do sono. Simplesmente com o coração parando de palpitar sem sentirmos que estamos partindo.

Mas, infelizmente, a morte insiste em aparecer da pior maneira. Em forma de acidentes, tragédias dos mais dolorosos tipos. Na juventude, interrompendo no caminho, o que poderia ser uma longa trajetória de vivencia e bondade. Pais enterrando filhos é desumano. O sofrimento é imensurável.

É quase insuportável quando o óbito vem aos poucos, por doença. Nesse caso observamos a morte se instaurar na pessoa e a dissecar dia após dia, hora após hora. O corpo perde a carne e se transforma em pele e osso. Esse é o semblante, arrepiante, da morte. E, apesar de dificultoso, devemos enfrentá-la. Não tem saída. È a lei da vida. Somos mortais e vamos para outra dimensão. Melhor, espero.

Agnósticos pensam que somos como uma pilha. Acaba e pronto. Digo que tudo depende de como se encara a existência. O nosso destino a crença traça. O pensamento, a fé individual que vai dizer se a morte existe ou não. Se ela é apenas material ou também espiritual.

A triste realidade é que se perde a convivência com a pessoa para o resto dessa vida. Porém uma coisa nos conforta: o reencontro dela com os antepassados. Passarão a coexistir novamente.

Por mais que se presuma a hora derradeira, no momento demoramos á acreditar. Ficamos sem ação. Sentimos aquela sensação de aperto no céu da boca e vertemos lágrimas de tristeza e paixão. O que resta, então, é desejar uma boa viajem e agradecer os ensinamentos deixados pela pessoa. Crescemos com isso. Como disse Nietzsche: "Tudo aquilo que não nos mata, nos torna mais fortes".

Vai bem vó! Folgazona e forte como sempre foi. Exemplo de mulher! Obrigado por tudo! Fará muito falta.