29 maio 2009

Uma afinidade auspiciosa

Pela abertura de duas portas que separam dois quartos num apartamento de universitários, trocam-se informações sobre produções cinematográficas e musicais. Duas paixões de dois estudantes de jornalismo que raramente pensam em outra coisa a não ser os seus nichos culturais artísticos preferidos.

Um vive pro cinema e o outro para a música. Poucas coisas em suas vidas lhes dão mais prazer do que ver um longa-metragem e escutar álbuns musicais. Enquanto um coleciona filmes de todos os gêneros e possui uma videoteca em sua casa (em torno de 5000 títulos); o outro tem o mesmo vício por álbuns de variados gêneros musicais, e busca aumentar sua coleção incessantemente.

Vem ver um vídeo aqui! Escuta só essa música! Chamamentos como esses são proferidos todos os dias pelo vão dos seus quartos. Um evoca o outro eufórico para mostrar mais uma novidade ou um filme/música antiga (o) que há tempos não escutavam/ouviam.

Principalmente por conta dessa idolatria de ambos pelas duas artes, cada um no domínio da sua, que a amizade brotou de forma natural e extraordinária. O entendimento foi tão grande que nunca tiveram uma mínima discórdia desde que começaram a morar no mesmo teto. Por conta do estudo. Há um pouco mais de dois anos.

Apesar de um ser sete anos mais velho que o outro, eles não possuem mentalidades drasticamente divergentes. Muito pelo contrário, são detentores de pensamentos muitas vezes idênticos. E a diferença de idade só torna a convivência mais profícua no sentido de trocarem experiências vividas. É espantoso. Um pensa e o outro fala tal qual o pensamento do primeiro e vice-versa. Se os deixarem, são capazes de discorrerem por horas e horas sobre a cultura pop.

“O mais valioso dessa afeição é a troca de conhecimentos que praticamos... A partilha de informações do mundo da música e do cinema. Isso acaba por nos engrandecer intelectualmente no que realmente nos interessa. O resultado é a idéia de múltiplos projetos que temos o objetivo de realizar, aliando essas duas artes que se complementam”. Fábio Gudolle

08 maio 2009

A chegada do show nacional mais aguardado

A atração principal e mais esperada do último fim de semana, o show d’O Rappa, sucedeu de forma impecável. A performance da banda não difere das vistas pela tela da tevê. Porém, ao vivo, a sensação de furor é muito maior.

Falcão, ao balançar, como sempre, seu cabelo duro e esvoaçante no ar exaltou a platéia de jovens e de alguns "coroas" espalhados nos cantos. Os samples bem feitos e criativos da abertura já dizem logo de cara o que virá e de como será o restante da apresentação.

O show segue uma freqüência só. Não se nota uma decaída que deixe os espectadores totalmente acuados. Houve, e há sempre, grandes elevações em certos momentos, principalmente na hora de “Pescador de Ilusões” e “Me Deixa”. As duas arrancaram mais gritos e saltos que as demais. Mas uma diferença mínima, quase imperceptível.

O repertório transitou nos maiores sucessos da banda. Não todos, até porque se fossem tocar todos teria que ser um espetáculo de no mínimo duas horas. Inserções de músicas do novo trabalho, 7 vezes, foram feitas também.

O comportamento do conjunto é de simplicidade (talvez por isso seja tão belo). Nada de estrelismo e sim com uma dose grande de humildade. Falcão sempre comunicativo agradece e rasga elogios a cada música. Isso deixa a platéia confortável.

Se realmente aprecia a banda deve olhar no gargarejo, definitivamente. O mais perto possível do palco. E registrar. Filmar as preferidas.

Independentemente da duração do show, sempre a vontade é de que poderia ter sido mais. No entanto, você logo pensará que “valeu a pena, êh êh”. E quando se tratar d’ O Rappa, sempre valerá mesmo.