Dentre
tantos estilos musicais que existem, o rock certamente é um dos que mais
proporcionam cultura aos seus adeptos. Há muitos anos ouvi uma frase proferida
pelo radialista Mr. Pi, nos tempos áureos que escutávamos o Pijama Show em
Itaqui. Ele disse: “Tudo é uma onda, só o rock é o oceano”. Essa máxima nunca
saiu da minha memória.
Em
meio a tantos estilos artificiais e passageiros, ainda bem, o rock sempre
sobreviverá. Tamanha a sua importância e poder de modificação. Impossível rever
a história da humanidade e não citar o rock como transformador de sociedades e
espelho de gerações. Isso porque a música é uma válvula de escape. É sinônimo
de liberdade. Independente do gênero, pois cada um se apoia no sua preferencia
de boa sensação.
Porém,
um gênero que é visivelmente forte, agregador de personalidades e verdadeiro é
o Heavy Metal. Os metaleiros libertam sua alma num som pesado e rasgado. Não é
somente um estilo, mas sim uma crença propulsora. É uma comunidade de grande
identificação entre seus jovens (e nem tão jovens assim, porque gosto não tem
idade).
Muitos
ainda insistem no preconceito de rotular as pessoas que vivem o Heavy Metal
como satanistas, vagabundos, burros, baderneiros, rebeldes... Entre tantos
outros adjetivos execráveis. Pura ignorância! Pesquisas comprovaram que muitos
jovens que se identificam com esse tipo de sonoridade possuem uma inteligência
em potencial (facilidade em aprender), uma personalidade sensível, tímida,
exclusa e pendem para problemas de depressão. Portanto, no Heavy Metal
descobriram um mundo alternativo que os ajuda a elevar a estima.
Para
muitos, a música pesada e suas letras de inconformidade e contestação são ingredientes
realmente necessários em suas vidas - uma vez que se veem cansados de músicas
adocicadas que dissimulam realidade. Ela liberta nossas chagas. O metal é como
um tiro no sofá. Como pancadas com toda a vontade num saco de boxe. Serve para
expelir nossos problemas, nossa confusão, nossos medos. Ela me conforta, assim como, tenho certeza,
que também alivia muitos jovens itaquienses que se sentem um tanto indiferentes
ao conservadorismo que a sociedade impõe. Mas onde eles estão? Certamente enclausurados
em seus quartos. Prática comum nesse meio (ainda mais na juventude).
Mas, fico
intrigado que aqui em Itaqui não vejo muitos simpatizantes do metal extremo (Trash, Death, e até Black Metal)
nas ruas. Em São Borja é comum depararmos com essa tribo. Lá existe um cenário
significativo de bandas destes estilos. E são bastante unidos. Volta e meia
organizam encontros independentes. Suas próprias festas. E com isso mantem uma
relação permanente de inclusão.
O importante
é não ter pudor de sua personalidade. Não se sentir anormal por se identificar com
a música pesada, riffs velozes e
notas obscuras. Você não é o único. É o oposto disso. É parte integrante de um
grupo de milhões de seguidores. Por isso, não tenha medo de sair do quarto.
Mantenha contato com seus asseclas, que compartilham do seu mesmo sentimento.
Heavy Metal é arte! E das mais autênticas.
Para
finalizar, deixo depoimentos de dois grandes artistas do gênero que explicam
resumidamente a essência do heavy metal:
“Eu penso que o heavy metal é terapêutico – é
uma música que dissipa a tensão. Eu acho que é por isso que as pessoas que
passaram por uma infância muito ruim são atraídas pelo heavy metal. Ele permite
que as pessoas soltem a agressão e a tensão de um modo não violento. Além
disso, o heavy metal tem um sentimento de comunidade – ele une os excluídos. O
heavy metal parece atrair todo o tipo de animais velhos e perdidos, vira-latas
que ninguém quer”. (Kirk
Hammet, guitarrista - Metallica).
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